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Midsommar e o pecado da falta

Como a obra de Ari Aster fala sobre o medo da despedida?

Rainha de Maio e o florescimento do alívio

O que te gera medo? Existe alguma situação que você até evita pensar, tamanho o pavor de sua materialização? Espíritos, aranhas, avião? Desde criança carrego comigo um medo não-convencional: o de dizer adeus. Tenho fobia de finalizar ciclos, de pensar em um possível “nunca mais”. Dito isso, posso afirmar com toda certeza do mundo que Midsommar, filme mais recente do diretor Ari Aster, foi a obra mais torturante que já vi na vida.

Nos 15 primeiros minutos de filme, podia me ver na protagonista e na sua melancolia. Muito se fala sobre relacionamentos afetivos tóxicos pelos seus excessos, seja excesso de insegurança ou de ciúmes. Porém, Midsommar mostra um outro exemplar de relação angustiante pela ausência. A protagonista Dani tem de lidar com um companheiro que se ausente de carinho, compreensão e companheirismo, mas que ela insiste no incompatível até se auto-anular. É nesse momento que me vi na personagem: sua fobia da solidão e de dizer adeus faz com que ela se mantenha num estado que beira à loucura.

Em certo momento, a fragilizada Dani começa uma discussão com seu namorado por um motivo válido e, pela ausência de compreensão do mesmo, ele diz que vai embora. O desespero da personagem com a possibilidade de sua ida faz com que ela automaticamente peça desculpas por algo que não era sua culpa. A cena me levou ao enjoo pela similaridade com várias situações da minha vida. Eu e Dani, novamente aceitando migalhas de afeto pela medo de encerrar um ciclo. Por que temos tanta dificuldade em falar “então vá embora”? Não sei quantas vezes na vida já disse “fica mais um pouco” e, a partir de uma resposta positiva estremecida, só prolonguei e intensifiquei a dor da despedida.

Ao longo do filme, Ari Aster mostra situações extremas e metáforas absurdamente gráficas para simbolizar toda trajetória psíquica da protagonista contra ela mesma. Ela não queria estar naquele lugar, ela não queria estar com aquelas pessoas, mas ela não consegue dizer basta. Em uma cena onírica, Dani tem um pesadelo em que é deixada para trás pelo namorado e seus amigos na estranha vila sueca em que o filme se passa. No meio de assassinatos sangrentos, sacrifícios e desconfortos, o maior medo da personagem ainda é a solidão.

Mas, existe só um sentimento que pode te tirar do estado de inércia: a raiva. Chega um certo momento no relacionamento de ausências que você se anula ao ponto de não se conhecer mais e o único jeito de voltar ao seu centro é perceber tudo aquilo que você se negava à enxergar. E sentir raiva. Raiva pelo ombro que lhe faltou, pelo ouvido que não lhe ouviu, ou pelo abraço que ele não te deu. Você percebe que aquela pessoa perfeita da sua idealização nunca existiu, que era só sua mente evitando mais um fim.

Aster finaliza a dolorosa jornada de Dani em uma das cenas mais linda que já vi no cinema. A menina chora ao ver diante de seus olhos o real fim de seu relacionamento. Chora à exaustão. Quando a última lágrima caí de seus olhos, ela respira fundo e sorri. Gargalha. Acabou! Liberdade! Todos aqueles momentos de dúvida sobre o amanhã foram finalizados e o alívio de só depender de si mesma toma espaço. Me questionei: aquele luto precisava ter sido estendido até chegar ao trauma?

Com o tempo, maturidade e análise percebi que existem ciclos que foram feitos para ser didáticos e não longos. Aprendi a ler sinais que indicam em qual dessas duas categorias aquela pessoa ou situação se encaixa e me permito enlutar, da minha forma. Cada minuto que passa é um fim, não posso e nem devo lutar. Certos fins nem dependem só de mim. Midsommar foi o lembrete vindo através da arte que a paz só floresce através dos sacrifícios.

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